domingo, 4 de março de 2012

QUARESMA, TEMPO DE GRAÇA


“Quaresma” evoca os quarenta dias que Jesus passou no deserto, impelido pelo Espírito, logo depois do seu batismo por João, no rio Jordão. São Marcos (Mc 1,13) nos diz que “durante quarenta dias, no deserto, Ele foi tentado por Satanás”.

Grande mistério de um prodigioso combate ao qual para nós, e a nossa salvação, Deus quis se submeter no seu Filho Jesus. Prodigioso combate que confronta o Espírito e o diabo, e cujo campo de batalha é o Coração de Jesus, o Novo Adão.

Jesus, vencedor de todas as tentações no deserto, anuncia já neste insondável combate, a sua vitória definitiva sobre o pecado e a morte que será realizada na sua paixão, morte, e ressurreição. A morte, e o seu autor, que é o diabo, são assim definitivamente vencidos em Jesus Cristo, o Homem Novo. Nele, temos a vitória, e nos tornamos homens novos, recriados a sua imagem e semelhança.

Esta vitória de Cristo, da qual participamos pela graça do Santo Batismo, motiva a nossa Esperança Cristã, para que levássemos de verdade, uma vida nova, livres do pecado. Santo Agostinho comenta que em Cristo, somos nós que fomos tentados, e que Ele, assumiu as nossas tentações, para nos fazer participar da sua vitória. Maravilhosa condescendência do nosso grande Deus.

Os exercícios da quaresma, que são a oração, o jejum, e a partilha, são um treinamento para nos ajudar na nossa caminhada de renúncia absoluta ao pecado, e vivermos da novidade do Evangelho.

Assim, purificados do pecado, fortalecidos na fé do nosso batismo, nos tornamos livres para amar, pois, eis a nossa vocação. Amar a Deus e aos nossos irmãos, não somente em palavras, mas de verdade, perdoando-nos mutuamente, e nos colocando ao serviço uns dos outros, como Jesus fez, dando o exemplo perfeito no início da derradeira Cena, lavando os pés dos seus discípulos.

Pe. Bernard



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