quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


PROGRAMAÇÃO 
RETIROS EM 2013

 21 a 27 de Janeiro   - " Eis-me aqui, ó Deus para fazer a tua vontade."
                                     (Pe. Bernard)

04 a 10 de Março     - “ Redescobrir o caminho da fé.”
                                      (Pe. Bernard)

28 a 31 de Março      - Tríduo Pascal – “ A fé atuando pelo amor.”
                                     (Pe. Bernard) 
                                                               
12 a 14 de Abril         - “Descobrindo Marthe Robin. ”
                                      (Pe. Bernard)

27/Maio a 02/Junho    - “Acolher o Deus Vivo.” 
                                      (Pe. Bernard)

06 a 08 de Setembro  - Retiro p/Jovens “A alegria de acreditar.” 
                                    (Pe. Bernard)

07 a 13 de Outubro   - “Sabedoria de Deus eVerdadeira Devoção à Maria,
                                     Segundo São L. M. Grignion de Montfort.”
                                     (Pe. Bernard)

25 a 27 de Outubro    - “ Maria, Mãe do Redentor.”
                                      (Santini)

11 a 17 de Novembro - “Eis o mistério da fé.” 
                                      (Pe. Alexandre)
                                                  
26/Dezembro a 01/Janeiro/2014 -   “ O Amor e a Verdade se encontrarão.”
                                                        (Pe. Bernard)



Para inscrever-se nos retiros ligue antecipadamente para 
(24) 2465.2288 ou envie e-mail para:

 foyerdemendes@yahoo.com.br



O que são os retiros de silêncio no Foyer de Charité?


Na tradição dos Foyers de Charité, há mais de 75 anos, os retirantes são acolhidos pessoalmente no seio de uma comunidade cristã que faz questão de que cada uma das pessoas possa sentir-se em casa, como numa família.
Um retiro é um passo pessoal, mas não solitário. Sereis acompanhados pela oração e a presença fraterna dos membros do Foyer e dos outros retirantes.
Um retiro na família do Foyer é um tempo favorável para a escuta interior, a oração e a meditação. Acreditamos no valor do silêncio que favorece o descanso, o respeito mútuo, o encontro com Deus. O retiro é vivido no silêncio, tendo a possibilidade de dialogar pessoalmente com um sacerdote ou um membro da comunidade. É um momento privilegiado para ser escutado, reconfortado, aconselhado.
Fazer um retiro nessas condições é deixar-se iluminar, encontrar referências, uma coerência de vida, em particular graças aos ensinamentos dados a cada dia. Eles aprofundam as grandes questões que todo ser humano carrega sobre a vida, sobre Deus. Eles são alicerçados nos textos da Bíblia e nos fundamentos da fé cristã.
O silêncio não dá Deus, mas Deus se dá no silêncio, partilhava Marthe Robin. Nossa experiência atesta que o valor do retiro vai coincidir com o valor do nosso silêncio. No início do novo milênio, na sua carta apostólica  nº 20, o papa J.P.II  escrevia que “só a experiência do silêncio e da oração oferece o ambiente adequado para amadurecer, e desenvolver-se um conhecimento mais verdadeiro, unido e coerente do mistério de Cristo, o Verbo encarnado”. A experiência pessoal de Marthe é muito esclarecedora:Como o silêncio é bom, é fecundo com Deus!... Nunca se deve ficar no limiar de sua alma; é preciso entrar em seu interior, ali descer, ali refletir, ali meditar, ali trabalhar e ali deixar-se trabalhar... face a face com Deus !
                                                                                                          Padre Bernard


PROGRAMAÇÃO 2013

 21 a 27 de Janeiro   - " Eis-me aqui, ó Deus para fazer a tua vontade."
                                     (Pe. Bernard)

04 a 10 de Março     - “ Redescobrir o caminho da fé.”
                                      (Pe. Bernard)

28 a 31 de Março      - Tríduo Pascal – “ A fé atuando pelo amor.”
                                     (Pe. Bernard)   
                                                                 
12 a 14 de Abril         - “Descobrindo Marthe Robin. ”
                                      (Pe. Bernard)

27/Maio a 02/Junho    - “Acolher o Deus Vivo.” 
                                      (Pe. Bernard)

06 a 08 de Setembro  - Retiro p/Jovens “A alegria de acreditar.” 
                                    (Pe. Bernard)

07 a 13 de Outubro   - “Sabedoria de Deus eVerdadeira Devoção à Maria,
                                         Segundo São L. M. Grignion de Montfort.”
                                    (Pe. Bernard)

25 a 27 de Outubro    - “ Maria, Mãe do Redentor.”
                                      (Santini)

11 a 17 de Novembro - “Eis o mistério da fé.” 
                                      (Pe. Alexandre)
                                                  
26/Dezembro a 01/Janeiro/2014 -   “ O Amor e a Verdade se encontrarão.”
                                                        (Pe. Bernard)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012


É NA COMUNIDADE ECLESIAL QUE A FÉ PESSOAL CRESCE E AMADURECE.

Bento XVI prossegue a catequese sobre a fé durante a Audiência Geral

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 31 de outubro de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos a catequese do Papa Bento XVI sobre a fé, dirigida aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a tradicional Audiência Geral de quarta-feira.

Queridos irmãos e irmãs,
Continuamos no nosso caminho de meditação sobre a fé católica. Na semana passada mostrei como a fé é um dom, porque é Deus quem toma a iniciativa e vem ao nosso encontro; e assim a fé é uma resposta com a qual nós O acolhemos como fundamento estável da nossa vida. É um dom que transforma a existência, porque nos faz entrar na mesma visão de Jesus, que opera em nós e nos abre ao amor a Deus e aos outros.  
Hoje gostaria de dar outro passo em nossa reflexão, começando mais uma vez, por algumas perguntas: a fé tem um caráter somente pessoal, individual? Interessa somente a minha pessoa? Vivo a minha fé sozinho? Certo, o ato de fé é um ato eminentemente pessoal, que vem do íntimo mais profundo e sinaliza uma troca de direção, uma conversão pessoal: é a minha existência que recebe uma mudança, uma orientação nova. Na Liturgia do Batismo, no momento das promessas, o celebrante pede para manifestar a fé católica e formula três perguntas: crês em Deus Paionipotente? Crês em Jesus Cristoseu único Filho? Crês no Espírito Santo? Antigamente, estas perguntas eram voltadas pessoalmente àqueles quem iriam receber o Batismo, antes que se imergisse por três vezes na água. E também hoje a resposta é no singular: ‘Creio’.Mas este meu crer não é resultado de uma reflexão minha, solitária, não é o produto de um pensamento meu, mas é fruto de uma relação, de um diálogo, no qual tem um escutar, um receber e um responder; é o comunicar com Jesus que me faz sair do meu “eu” fechado em mim mesmo para abrir-me ao amor de Deus Pai. É como um renascimento no qual me descubro unido não somente a Jesus, mas também a todos aqueles que caminharam e caminham pela mesma via; e este novo nascimento, que inicia com o Batismo, continua por todo o percurso da existência.Não posso construir a minha fé pessoal em um diálogo privado com Jesus, porque a fé é doada a mim por Deus através de uma comunidade que crê que é a Igreja e me insere assim na multidão dos crentes em uma comunhão que não é somente sociológica, mas enraizada no amor eterno de Deus, que em Si mesmo é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é Amor trinitário. A nossa fé é realmente pessoal, somente se é também comunitária: pode ser a minha fé somente se vive e se move no “nós” da Igreja, só se a nossa fé é, a fé comum da única Igreja.

Aos domingos, na Santa Missa, recitando o “Credo”, nós nos expressamos em primeira pessoa, mas confessamos comunitariamente a única fé da Igreja. Aquele “credo” pronunciado singularmente nos une àquele de um imenso coro no tempo e no espaço, no qual cada um contribui, por assim dizer, a uma harmoniosa polifonia na fé. O Catecismo da Igreja Católica resume de modo claro assim: “‘Crer’ é um ato eclesial. A fé da Igreja antecede, gera, sustenta e nutre a nossa fé. A Igreja é a Mãe de todos os crentes. ‘Ninguém pode dizer que tem Deus como Pai, se não tem a Igreja como Mãe’ [são Cipriano]” (n. 181). Então, a fé nasce na Igreja, conduz a essa e vive nessa. Isso é importante recordar. 

Nos começos da aventura cristã, quando o Espírito Santo desce com potência sobre os discípulos, no dia de Pentecoste – como narram os Atos dos Apóstolos(cfr 2, 1-13) – a Igreja nascente recebe a força para implementar a missão confiada pelo Senhor Ressuscitado: difundir em cada canto da terra o Evangelho, a boa nova do Reino de Deus, e conduzir, assim, cada homem ao encontro com Ele, à fé que salva. Os Apóstolos superam todo o medo ao proclamar o que tinham escutado, visto e experimentado pessoalmente com Jesus. Pela potência do Espírito Santo, começam a falar em línguas novas, anunciando abertamente o mistério do qual foram testemunhas. Nos Atos dos Apóstolos nos vem relatado o grande discurso que Pedro pronuncia exatamente no dia de Pentecoste. Ele parte de uma passagem do profeta Joel (3, 1-5), referindo-se a Jesus, e proclamando o núcleo central da fé cristã: Aquele que tinha beneficiado todos, que tinha sido creditado por Deus com milagres e grandes sinais, foi pregado na cruz e morto, mas Deus o ressuscitou dos mortos, constituindo-lhe Senhor e Cristo. Com Ele entramos na salvação definitiva anunciada pelos profetas e quem invocar o seu nome será salvo (cfr At 2,17-24). Escutando estas palavras de Pedro, muitos se sentem pessoalmente desafiados, se arrependem de seus pecados e são batizados recebendo o dom do Espírito Santo (cfr At 2, 37-41). Assim começa o caminho da Igreja, comunidade que leva este anúncio no tempo e no espaço, comunidade que é o Povo de Deus fundado na nova aliança graças ao sangue de Cristo e cujos membros não pertencem a um determinado grupo social ou étnico, mas são homens e mulheres provenientes de toda nação e cultura. É um povo “católico”, que fala línguas novas, universalmente aberto a acolher a todos, além de todos os confins, quebrando todas as barreiras. Diz São Paulo: “Aqui não há grego ou judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo em todos” (Col 3,11).

A Igreja, portanto, desde o início é o lugar da fé, o lugar da transmissão da fé, o lugar onde, pelo Batismo, se é imersa no Mistério Pascal da Morte e Ressurreição de Cristo, que nos liberta da escravidão do pecado, nos doa a liberdade de filhos e nos introduz da comunhão com o Deus Trinitário. Ao mesmo tempo, somos imersos na comunhão com os outros irmãos e irmãs de fé, com todo o Corpo de Cristo, retirados do nosso isolamento. O Concílio Ecumênico Vaticano II o recorda: “Deus quis salvar e santificar os homens não individualmente e sem qualquer ligação entre eles, mas quis constituir deles um povo, que o reconhecesse na verdade e fielmente O servisse” (Cost. dogm. Lumen gentium, 9). Recordando ainda a liturgia do Batismo, notamos que, na conclusão das promessas em que expressamos a renúncia ao mal e repetimos “creio” na verdade da fé, o celebrante declara: “Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja e nós nos glorificamos de professá-la em Cristo Jesus Nosso Senhor”. A fé é virtude teologal, doada por Deus, mas transmitida pela Igreja ao longo da história. São Paulo mesmo, escrevendo aos Coríntios, afirma ter comunicado a eles o Evangelho que por sua vez também ele tinha recebido (cfr 1 Cor 15,3).

Há uma cadeia ininterrupta de vida da Igreja, de anúncio da Palavra de Deus, de celebração dos Sacramentos, que chega a nós e que chamamos de Tradição. Essa nos dá a garantia de que aquilo em que acreditamos é a mensagem original de Cristo, pregada pelos apóstolos. O núcleo do anúncio primordial é o evento da morte e ressurreição do Senhor, do qual decorre todo o patrimônio da fé. Diz o Concílio: "A pregação apostólica, que está expressa de modo especial nos livros inspirados, devia ser repassada com sucessão contínua até o fim dos tempos" (Constituição dogmática. Dei Verbum, 8). Deste modo, se a Sagrada Escritura contém a Palavra de Deus, a Tradição da Igreja a preserva e a transmite com fidelidade, para que os homens de cada época possam ter acesso a seus imensos recursos e se enriqueçam de seus tesouros de graça. Assim, a Igreja, "em sua doutrina, em sua vida e em seu culto transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo em que acredita" (ibidem).

Gostaria, por fim, de ressaltar que é na comunidade eclesial que a fé pessoal cresce e amadurece. É interessante observar que no Novo Testamento, a palavra "santos" designa os cristãos no seu conjunto e, certamente, não todos tinham as qualidades para ser declarado santo pela Igreja. O que se queria indicar, então, com este termo? O fato de que aqueles que viviam a fé em Cristo ressuscitado eram chamados a se tornar um ponto de referência para todos os outros, colocando-os em contato com a Pessoa e com a Mensagem de Jesus, que revela a face do Deus vivo. E isso vale também para nós: um cristão que se deixa guiar e plasmar pouco a pouco pela fé da Igreja, apesar de suas fraquezas, suas limitações e suas dificuldades, torna-se como uma janela aberta à luz do Deus vivo, que recebe essa luz e a transmite ao mundo. O Beato João Paulo II, na Encíclica Redemptoris missio, afirmava que "a missão renova a Igreja, revigora a fé e a identidade cristã, dá novo entusiasmo e novas motivações. A fé se fortalece se doando. "(n. 2).

A tendência, hoje difundida, de relegar a fé ao âmbito privado, contradiz então, a sua própria natureza. Nós precisamos da Igreja para ter a confirmação da nossa fé e para ter experiência com os dons de Deus: a Sua Palavra, os Sacramentos, o sustento da graça e o testemunho do amor. Assim, o nosso "eu" no "nós" da Igreja poderá ser percebido, ao mesmo tempo, destinatário e protagonista de um evento que o supera: a experiência da comunhão com Deus, que estabelece a comunhão entre as pessoas. Em um mundo onde o individualismo parece regular as relações entre as pessoas, tornando-as sempre mais frágeis, a fé nos chama a ser povo de Deus, a ser Igreja, portadores do amor e da comunhão de Deus para todo gênero humano. (ver Constituição Pastoral. Gaudium et spes, 1). Obrigado pela atenção.

sábado, 20 de outubro de 2012

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RETIRO MARIANO
"MARIA ESPELHO DA IGREJA"
Pregador: SANTINI

TODOS SÃO CHAMADOS POR NOSSA SENHORA
PARA ESTAR COM ELA EM SUA CASA
E RECEBER AS GRAÇAS 
QUE ELA MESMO QUER CONCEDER A CADA UM.

" A ALMA QUE ESCOLHE MARIA POR ADVOGADA ESTÁ CERTA DE QUE SUAS PRECES E SEUS PEDIDOS SERÃO SEMPRE ATENDIDOS. JESUS NÃO RECUSA NADA A MARIA."

quinta-feira, 27 de setembro de 2012


VIVEMOS BEM A LITURGIA SOMENTE SE PERMANECEMOS EM ATITUDE DE ORAÇÃO


Catequese de Bento XVI na Audiência Geral de quarta- feira

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 26 de setembro de 2012(ZENIT.org)- Apresentamos a catequese de Bento XVI durante Audiência Geral desta quarta-feira(26) dirigida aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Nestes meses fizemos um caminho à luz da Palavra de Deus, para aprender a rezar de modo sempre mais autêntico, olhando para algumas grandes figuras do Antigo Testamento, dos Salmos, das Cartas de São Paulo e do Apocalipse, mas sobretudo, olhando para a experiência única e fundamental de Jesus, no seu relacionamento com o Pai celeste. Na verdade, somente em Cristo o homem se torna capaz de unir-se a Deus com a profundidade e a intimidade de um filho no confronto de um pai que o ama, somente  Nele podemos nos voltar com toda a verdade a Deus chamando-O afetuosamente “Abbá, Pai”. Como os Apóstolos, também nós repetimos nestas semanas e repetimos a Jesus hoje: “Senhor, ensinai-nos a rezar” (Lc 11,1).
Além disso, para aprender a viver ainda mais intensamente a relação pessoal com Deus, aprendemos a invocar o Espírito Santo, primeiro dom do Ressuscitado aos que crêem, porque é Ele que “vem em auxílio à nossa fraqueza: nós não sabemos como rezar de modo conveniente” (Rm 8,26), diz São Paulo, e nós sabemos como ele tem razão.
A esse ponto, depois de uma longa série de catequeses sobre oração na Escritura, podemos nos perguntar: como posso eu deixar-me formar pelo Espírito Santo e assim tornar-me capaz de entrar na atmosfera de Deus, de rezar com Deus? Qual é esta escola na qual Ele me ensina a rezar, vem em auxílio ao meu esforço de dirigir-me de modo justo a Deus? A primeira escola para a oração – como vimos nestas semanas – é a Palavra de Deus, a Sagrada Escritura. A Sagrada Escritura é um permanente diálogo entre Deus e o homem, um diálogo progressivo no qual Deus se mostra sempre mais próximo, no qual podemos conhecer sempre melhor a sua face, a sua voz, o seu ser; e o homem aprende a aceitar o conhecer a Deus, a falar com Deus. Então, nestas semanas, lendo a Sagrada Escritura, buscamos, da Escritura, deste diálogo permanente, aprender como podemos entrar em contato com Deus.
Há ainda um outro precioso “espaço”, uma outra preciosa “fonte” para crescer na oração, uma fonte de água viva em estreitíssima relação com a anterior. Refiro-me à liturgia, que é um âmbito privilegiado no qual Deus fala a cada nós, aqui e agora, e espera a nossa resposta.
O que é a liturgia? Se abrirmos o Catecismo da Igreja Católica – subsídio sempre precioso, direi indispensável – podemos ler que originalmente a palavra “liturgia” significa “serviço da parte do povo e em favor do povo” (n. 1069). Se a teologia cristã tomou esta palavra do mundo grego, o fez obviamente pensando no novo Povo de Deus nascido de Cristo que abriu os seus braços na Cruz para unir os homens na paz do único Deus. “Serviço em favor do povo”, um povo que não existe por si só, mas que se formou graças ao Mistério Pascal de Jesus Cristo. De fato, o Povo de Deus não existe por laços de sangue, de território, de nação, mas nasce sempre da obra do Filho de Deus e da comunhão com o Pai que Ele nos concede.
O Catecismo indica também que “na tradição cristã (a palavra “liturgia”) quer dizer que o Povo de Deus participa da obra de Deus” (n. 1069), porque o povo de Deus como tal existe somente por obra de Deus.
Isso nos recordou o próprio desenvolvimento do Concílio Vaticano II, que iniciou seus trabalhos, cinquenta anos atrás, com a discussão do esquema sobre a sagrada liturgia, solenemente aprovado em 4 de dezembro de 1963, o primeiro texto aprovado pelo Concílio. Que o documento sobre a liturgia fosse o primeiro resultado da assembleia conciliar, talvez tenha sido considerado por alguns um acaso. Entre tantos projetos, o texto sobre a sagrada liturgia parecia ser aquele menos controverso, e, por isso mesmo, capaz de constituir uma espécie de exercício para aprender a metodologia do trabalho conciliar. Mas sem dúvida alguma, o que à primeira vista pode parecer um acaso, demonstrou-se como a escolha mais certa, também a partir da hierarquia dos temas e das tarefas mais importantes da Igreja. Iniciando, de fato, com o tema da “liturgia” o Concílio trouxe à luz de modo muito claro o primado de Deus, a sua prioridade absoluta. Antes de tudo Deus: por isso mesmo nos diz a escolha conciliar de partir da liturgia. Onde o olhar sobre Deus não é determinante, todas as outras coisas perdem a sua orientação. O critério fundamental para a liturgia é a sua orientação para Deus, para poder assim participar de sua própria obra.
Mas podemos nos questionar: qual é esta obra de Deus à qual somos chamados a participar? A resposta que nos oferece a Constituição conciliar sobre a sagrada liturgia é aparentemente dupla. O número 5 nos indica, de fato, que a obra de Deus são as suas ações históricas que nos levam à salvação, culminada na Morte e Ressurreição de Jesus Cristo; mas no número7 aprópria Constituição define a própria celebração da liturgia como “obra de Cristo”. Na verdade, esses dois significados são inseparavelmente ligados. Se nos perguntarmos quem salva o mundo e o homem, a única resposta é: Jesus de Nazaré, Senhor e Cristo, crucificado e ressuscitado. E onde se torna atual para nós, para mim hoje o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, que traz a salvação? A resposta é: na ação de Cristo através da Igreja, na liturgia, em particular no Sacramento da Eucaristia, que torna presente a oferta do sacrifício do Filho de Deus, que nos redimiu; no Sacramento da Reconciliação, no qual se passa da morte do pecado à vida nova; e nos outros sacramentos que nos santificam (cfr Presbyterorum ordinis, 5). Assim, o Mistério Pascal da Morte e Ressurreição de Cristo é o centro da teologia litúrgica do Concílio.
Façamos outro passo adiante e perguntemo-nos: de que modo se torna possível esta atualização do Mistério Pascal de Cristo? O beato Papa João Paulo II, 25 anos após a Constituição Sacrosanctum Concilium, escreveu: “Para atualizar o seu Mistério Pascal, Cristo está sempre presente na sua Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas. A liturgia é, por consequência, o lugar privilegiado do encontro dos cristãos com Deus e com aquele que Ele enviou, Jesus Cristo (cfr Gv 17,3)” (Vicesimus quintus annus, n. 7). Nessa mesma linha, lemos no Catecismo da Igreja Católica assim: “Cada celebração sacramental é um encontro dos filhos de Deus com o seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo, e tal encontro se apresenta como um diálogo, através de ações e palavras” (n. 1153). Portanto, a primeira exigência para uma boa celebração litúrgica é que seja oração, diálogo com Deus, antes de tudo escuta e então resposta. São Bento, em sua “Regra”, falando da oração dos Salmos, indica aos monges: mens concordet voci, “que a mente concorde com a voz”. O Santo ensina que na oração dos Salmos as palavras devem preceder a nossa mente. Geralmente não acontece assim, primeiro devemos pensar e depois de ter pensado, se converte em palavra.
Mas aqui, na liturgia, é o inverso, a palavra precede. Deus nos deu a palavra e a sagrada liturgia nos oferece as palavras; devemos entrar no interior das palavras, nos seus significados, acolhê-las em nós, colocar-nos em sintonia com estas palavras; assim nos tornamos filhos de Deus, semelhantes a Deus. Como recorda o Sacrosanctum Concilium, para garantir a plena eficácia da celebração “é necessário que os fiéis se aproximem da sagrada liturgia com reta disposição de espírito, colocando o próprio espírito em consonância com a própria voz e cooperar com a graça divina para não recebê-la em vão” (n. 11). Elemento fundamental, primordial, do diálogo com Deus na liturgia, é a concordância entre o que dizemos com os lábios e o que trazemos no coração. Entrando nas palavras da grande história da oração nós mesmos seremos conformes ao espírito destas palavras e nos tornamos capazes de falar com Deus.
Nesta linha, gostaria apenas de mencionar um momento que, durante a própria liturgia, nos chama e nos ajuda a encontrar tal concordância, este conformar-se ao que escutamos, dizemos e fazemos na celebração da liturgia. Refiro-me ao convite que faz o Celebrante antes da Oração Eucarística: “Sursum corda”, elevamos nossos corações fora do emaranhado de nossas preocupações, de nossos desejos, de nossas angústias, de nossas distrações. O nosso coração, o íntimo de nós mesmos, deve abrir-se docilmente à Palavra de Deus e recolher-se na oração da Igreja, para receber sua orientação em direção a Deus pelas próprias palavras que escuta e diz. O olhar do coração deve dirigir-se ao Senhor, que está no meio de nós: é uma disposição fundamental.
Quando vivemos a liturgia com esta atitude de fundo, o nosso coração é como retirado da força da gravidade, que o atrai para baixo, e eleva-se interiormente em direção ao alto, em direção a verdade, ao amor, em direção a Deus. Como recorda o Catecismo da Igreja Católica: “A missão de Cristo e do Espírito Santo que, na Liturgia sacramental da Igreja, anuncia, atualiza e comunica o Mistério da salvação, prossegue no coração que reza. Os Pais da vida espiritual às vezes comparam o coração a um altar” (n. 2655): altare Dei est cor nostrum.
Caros amigos, celebramos e vivemos bem a liturgia somente se permanecemos em atitude de oração, não se queremos “fazer qualquer coisa”, para nos fazer ver ou agir, mas se voltamos o nosso coração a Deus e estamos em atitude de oração nos unindo ao Mistério de Cristo e ao seu diálogo de Filho com o Pai. O próprio Deus nos ensina a rezar, afirma São Paulo (cfr Rm 8,26). Ele mesmo nos deu as palavras adequadas para nos dirigirmos a Ele, palavras que encontramos no Livro dos Salmos, nas grandes orações da sagrada liturgia e na própria Celebração eucarística. Rezemos ao Senhor para sermos cada dia mais conscientes do fato de que a Liturgia é ação de Deus e do homem; oração que vem do Espírito Santo e de nós, inteiramente voltada ao Pai, em união com o Filho de Deus feito homem (cfr Catecismo da Igreja Católica, n. 2564). Obrigado.
Ao final, o  Santo Padre dirigiu a seguinte saudação em português:
Queridos peregrinos de língua portuguesa, a todos vós dirijo uma calorosa saudação! Particularmente, saúdo os membros da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém e todos os grupos vindos do Brasil. Tende por centro da vossa vida de oração a liturgia, que vos une ao Mistério de Cristo e ao Seu diálogo com o Pai, procurando que concordem as palavras de vossos lábios com os sentimentos do coração. E que desça sobre vós as bênçãos de Deus.
(Trad.MEM)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012


A AVENTURA DA CRUZ

Dom Orani Tempesta: a arquidiocese do Rio de Janeiro lançará para o mundo o hino oficial da JMJ Rio 2013

RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 14 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - No dia da Exaltação da Santa Cruz, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro lançará para o mundo, através do Comité Organizador Local da JMJ Rio 2013, o Hino Oficial desse evento jovem que está movimentando a Igreja de nossa cidade.
O lançamento será no Bairro de Santa Cruz, que nesse dia completa 445 anos, e onde acontecerá também a Vigília e a Missa de Envio no encerramento da JMJ em julho do próximo ano.
Estamos todos unidos à cruz da JMJ, que ora está na região Amazônica e que já atravessou mais da metade do país. Ela foi enviada pelo Beato Papa João Paulo II, iniciador das Jornadas Mundiais da Juventude, para que o povo jovem anunciasse Jesus Cristo a todas as nações.
A cruz, hoje acompanhada pelo ícone de Nossa Senhora, chegará ao Rio de Janeiro às vésperas da Jornada. Será então o grande momento do protagonismo juvenil capaz de transformar o mundo para melhor. É esse o sentido de nossa oração e é também esse o sentido do hino oficial da Jornada Mundial da Juventude que está sendo lançado nesta festa.
Foram muitas as contribuições (mais de 180) que vieram do mundo inteiro. Uma equipe especializada escolheu os vinte possíveis hinos, que, depois de outra seleção, chegou-se aos três mais cotados. Todos poderiam ajudar o jovem a cantar sua fé e sua esperança. Porém, tínhamos que escolher apenas um deles. Agora é conhecê-lo, divulgá-lo, traduzi-lo nas diversas línguas e manifestar a alegria jovem que brota do coração do Redentor que bate forte pelo povo que Ele salvou.
A festa da exaltação da Santa Cruz remonta ao século IV. Segundo a “Crônica de Alexandria”, Helena, a mãe do Imperador Constantino, encontrou a Cruz original da crucificação de Jesus. Isso teria sido em 14 de setembro do ano 320. Sobre esses fatos surge a comemoração anual, o que é atestado por volta do quinto século. A data é comum tanto no Ocidente quanto no Oriente, quando o Papa Sergio I (687-701) ordenou a sua festa.
Porém, outra explicação mais catequética é que a data de 14 de setembro foi preparada com o simbolismo dos 40 dias. Na verdade, 28-29 de junho – festa dos apóstolos Pedro e Paulo – comemora-se no Judaísmo a transfiguração de Moisés no Monte Sinai (Êxodo 34, 29-35); após 40 dias, a seis de agosto, nós celebramos a Transfiguração do Senhor; e, finalmente, 40 dias depois, em 14 de setembro, a festa da Santa Cruz.
A escolha também foi ditada, certamente, por outras idéias teológicas como, por exemplo, uma referência à festa das Tendas, que varia a cada ano a partir de meados de setembro para outubro, quando se celebra a festa da luz, o santuário e o altar. Precisamente o que a Cruz e a Ressurreição do Senhor tinham cumprido através da economia do memorial permanente da redenção, que se deu precisamente na cruz.
A cruz é para os cristãos a árvore da vida, o tálamo, o trono, o altar da nova e eterna aliança. Uma vez que Cristo, novo Adão, adormecido na Cruz, deu à luz o admirável sacramento da Igreja, a cruz se torna o sinal do senhorio de Cristo sobre aqueles que são configurados no Batismo com Ele na morte e na glória. Na Patrística, é o sinal do Filho do Homem que aparecerá no final dos tempos.       O amor todo se manifesta na Cruz.
Santa Teresa d’Ávila disse em seus colóquios de amor com Cristo: “a cruz é vida e conforto, o único caminho para o céu”. Assim, a Cruz, antes de ser sinal de tortura e de sofrimento, é sinal de misericórdia, esperança, abrigo, reflexão, inspiração, perdão, paixão, amor, paz e vitória sobre o sofrimento e a dor.
Jesus Cristo se ofereceu livremente à Paixão da Cruz e abriu o sentido e o destino de nossa vida. Com Ele temos na Cruz os braços abertos e o coração aberto a serviço do Pai. Nele conseguimos ver e sentir a esperança, a eternidade.
A Cruz é uma história de amor, o sentido maior do esvaziamento (Kenosis) do Filho, onde Ele demonstra que Seu amor não tem limites, e que mesmo o medo da morte não poderia manchar o seu compromisso maior: fazer a vontade do Pai.
A Sua morte foi, sim, o início de Sua glorificação, pois o próprio Pai O exaltou.        O que se exalta não é a cruz/sofrimento. O que se exalta é o amor incondicional de um Deus que partilhou a nossa condição humana e comprometeu-se com a realização do Reino até o fim. Na Cruz, Cristo, hoje Ressuscitado, deu a vida por nós. Por isso “nossa glória é a Cruz onde nos salvou Jesus”.
Temos que exaltar o Cristo que, tendo amado os seus, amou-os até o fim (Jo 13,1). E exaltar a Deus que deu Seu filho unigênito para que todos tenham vida em Seu nome (Jo 3, 16 e Gn 22, 2).
O próprio Deus quis tornar-se um de nós, até mesmo no sofrimento e na tristeza de alma. Um Deus que nos envolve com Seu amor extremado, infinito, demonstrado não em grandes mistérios, mas em verdade e em vida.
Cada vez que fazemos o sinal da cruz invocando a Santíssima Trindade recordamos desse mistério. Por isso trazemos a cruzem nossas Igrejas, casas, locais de trabalho, conosco – acreditamosem um Deusque deu a vida por nós e tornou a cruz um sinal de salvação. O cristão sabe, pela cruz, que a nossa limitação nunca será capaz, nunca será suficiente para contemplarmos toda essa imensidade de amor. Mas, nela, na Cruz, podemos experimentar esse amor. E a única chave de compreensão de nossa existência é certamente pelo amor. Só o amor explica a nossa vida, e nos solicita para a vida. Assim celebramos a festa da Exaltação da Santa Cruz, ou a festa da Exaltação do Supremo Amor.
† Orani João Tempesta, O. Cist.
  Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

terça-feira, 28 de agosto de 2012


RETIRO SOBRE A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

Pregador: Pe. Inácio do Vale

"A IGREJA E OS DESAFIOS SOCIAIS DA IGREJA"

06 A 09 DE SETEMBRO

Inscrição por telefone: (24) 24652288
Email: foyerdemendes@yahoo.com.br

VALOR: R$ 180,00

sábado, 18 de agosto de 2012

RETIRO PARA JOVENS
De 16 a 30 anos
Diocese Barra do Piraí – Volta Redonda
Tema: 
"IDE E FAZEI DISCÍPULOS ENTRE 
TODAS AS NAÇÕES"  
(Mt 28,19)
24 a 26 de Agosto de 2012
No Foyer de Charité
Av. Santa Cruz, 1362 – Humberto Antunes
Mendes – RJ (em frente ao Bar do Dirceu)

Trazer: Bíblia, papel p/ anotações, caneta, 2 lençóis e 1 fronha, toalha e objetos pessoais de banho.

Inscrições por:
Tel: (24) 24652288
Valor total: R$ 80,00

Conheça também nosso:
Facebook: Foyer de Charité Nsra da Guarda

sexta-feira, 27 de julho de 2012

 "CONHECENDO MARTHE ROBIN"

DE 10 A 12 DE AGOSTO

"Pregador: Pe. Bernard
"ABANDONANDO MINHA FELICIDADE PARA QUE OUTRAS ALMAS SEJAM VISITADAS E, COMO EU, ABRASADAS DE AMOR, PARA QUE, TAL COMO A MIM, JESUS SE REVELE A ELAS." (Marthe Robin)
VENHA VIVER COM MARTHE UMA VERDADEIRA EXPERIÊNCIA DE 
FÉ E AMOR, LUZ E FORÇA!


INSCRIÇÕES 
pelo telefone: (24) 24652288
ou email: foyerdemendes@yahoo.com.br 
VALOR TOTAL: R$ 120,00


segunda-feira, 16 de julho de 2012

RETIRO DE 5 DIAS DE APROFUNDAMENTO NA FÉ
DE 23 A 29 DE JULHO 
Tema: "EIS O MISTÉRIO DA FÉ" 
Pregador: Pe. Bernard 
Santa missa, adoração ao Santissímo Sacramento, ensinamentos, momentos marianos, sacramentos da confissão e dos enfermos, acompanhamento espiritual, ambiente familiar de fé e amor. 

INSCRIÇÃO:
Telefone: (24) 24652288
EmaiL: foyerdemendes@yahoo.com.br
Valor total: R$350,00                                                                     

GRAÇAS ESPECIAIS DO RETIRO:
LUZ E FORÇA NA SUA CAMINHADA 
COM O NOSSO DEUS DE AMOR!


Mensagem do Papa Bento XVI
para o
XXVII Dia Mundial da Juventude

«Alegrai-vos sempre no Senhor!» (Fil 4,4)
Queridos jovens,

Fico feliz em dirigir-me novamente a vocês, em ocasião do XXVII Dia Mundial da Juventude. A recordação do encontro em Madri, em agosto passado, permanece muito presente no meu coração. Foi um extraordinário momento de graça, no qual o Senhor abençoou os jovens presentes, vindos do mundo inteiro. Dou graças a Deus por tantos frutos que fez nascer naqueles dias e que no futuro não deixaram de multiplicar-se para os jovens e para as comunidades as quais pertencem. Agora, estamos já nos orientando para o próximo encontro no Rio de Janeiro, em 2013, que terá como tema “Ide, pois, fazei discípulos entre todas as nações!” (Mt 28, 19).

Este ano, o tema do Dia Mundial da Juventude nos é dado de uma exortação da Carta de São Paulo apóstolo aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor!” (4,4). A alegria, de fato, é um elemento central da experiência cristã. Também durante cada Jornada Mundial da Juventude fazemos a experiência de uma alegria intensa, a alegria da comunhão, a alegria de ser cristãos, a alegria da fé. Esta é uma das características destes encontros. E vemos a grande força atrativa que essa tem: num mundo muitas vezes marcado pela tristeza e inquietude, é um testemunho importante da beleza e da confiabilidade da fé cristã.

A Igreja tem a vocação de levar ao mundo a alegria, a alegria autêntica e duradoura
, aquela que os anjos anunciaram aos pastores de Belém na noite do nascimento de Jesus (cfr Lc 2,10): Deus não só falou, não só realizou prodígios na história da humanidade, mas Deus se fez próximo, fazendo-se um de nós e percorreu todas as etapas da vida do homem.

No difícil contexto atual, tantos jovens em torno a nós têm uma grande necessidade de sentir que a mensagem cristã é uma mensagem de alegria e de esperança! Gostaria de refletir com vocês, então, sobre as estradas para encontrá-la, a fim que possam vivê-la sempre mais em profundidade e que vocês possam ser mensageiros entre aqueles que estão a sua volta.

1. O nosso coração é feito para a alegria

A inspiração à alegria está impressa no intimo do ser humano. Além da satisfação imediata e passageira, o nosso coração busca a alegria profunda, plena e duradoura, que pode dar ‘sabor’ à existência. E aquilo que vale, sobretudo, para vocês, para a juventude é um período de continua descoberta da vida, do mundo, dos outros e de si mesmos. É um tempo de abertura em direção ao futuro, no qual se manifestam os grandes desejos de felicidade, de amizade, de partilha e de verdade, no qual si é movido por ideais e se concebem projetos.

E cada dia são tantas as alegrias simples que o Senhor nos oferece: a alegria de viver, a alegria diante da beleza da natureza, a alegria de um trabalho bem feito, a alegria do serviço, a alegria do amor sincero e puro. E se olhamos com atenção, existem tantos motivos de alegria: os belos momentos de vida familiar, a amizade partilhada, a descoberta das próprias capacidades pessoais e o alcance de bons resultados, o apreço por parte de outros, a possibilidade de expressar-se e de sentir-se capaz, a sensação de ser úteis ao próximo. E depois, a conquista de novos conhecimentos mediante os estudos, a descoberta de novas dimensões por meio de viagens e encontros, a possibilidade de fazer projetos futuros. Mas também a experiência de ler uma obra literária, de admirar um grande trabalho de arte, de escutar e tocar música ou de ver um filme podem produzir em nós verdadeiras alegrias.

Cada dia, porém, nos deparamos também com tantas dificuldades e nos corações existem preocupações para com o futuro, ao ponto que podemos nos perguntar se a alegria plena e duradoura a qual aspiramos não é talvez uma ilusão e uma fuga da realidade. São muitos os jovens que se interrogam: é realmente possível a alegria plena nos dias de hoje? E esta busca percorre várias estradas, algumas das quais se revelam erradas ou pelo menos perigosas. Mas como distinguir as alegrias realmente duradouras dos prazeres imediatos e enganosos? Como encontrar a verdadeira alegria na vida, aquela que dura e não nos abandona também nos momentos difíceis?

2. Deus é a fonte da verdadeira alegria

Na realidade as alegrias autênticas, aquelas pequenas do cotidiano ou aquelas grandes da vida, encontram toda sua origem em Deus, mesmo se não parece à primeira vista, porque Deus é comunhão de amor eterno, é alegria infinita que não permanece fechada em si mesma, mas se expande naqueles que Ele ama e que o amam. Deus nos criou à sua imagem por amor e para derramar sobre nós este Seu amor, para encher-nos com sua presença e sua graça.

Deus quer fazer-nos participantes de sua alegria, divina e eterna, fazendo-nos descobrir que o valor e o sentido profundo da nossa vida está no ser aceito, acolhido e amado por Ele, e não com uma acolhida frágil como pode ser aquela humana, mas com um acolhimento incondicional como é aquela divina: eu sou querido, tenho um lugar no mundo e na história, sou amado pessoalmente por Deus. E se Deus me aceita, me ama e eu me torno seguro, sei de modo claro e certo que é bom que eu seja, que exista.

Este amor infinito de Deus por cada um de nós se manifesta de modo pleno em Jesus Cristo. Nele se encontra a alegria que buscamos. No Evangelho, vemos como os eventos que marcam o início da vida de Jesus são caracterizados pela alegria. Quando o anjo Gabriel anuncia à Virgem Maria que será mãe do Salvador, inicia com esta palavra: “Alegra-te” (Lc 1,28). No nascimento de Jesus, o anjo do Senhor diz aos pastores: “Eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é Cristo Senhor” (Lc 2,11).

E os magos que procuravam o menino, “a aparição daquela estrela se encheram de profunda alegria” (Mt 2,10). O motivo desta alegria é, portanto, a aproximação de Deus, que se fez um de nós. E é isto que queria dizer São Paulo quando escreveu aos cristãos de Filipo: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo”. (Fil 4,4-5). A primeira causa da nossa alegria é a proximidade do Senhor, que me acolhe e me ama.

E, de fato, do encontro com Jesus nasce sempre uma grande alegria interior. Nos Evangelhos podemos ver isso em muitos episódios. Recordamos a visita de Jesus a Zaqueu, um cobrador de impostos desonesto, um público pecador, ao qual Jesus diz: “é preciso que eu hoje fique em tua casa”. E Zaqueu, diz São Lucas, “recebeu-o alegremente” (Lc 19,5-6). É a alegria do encontro com o Senhor; é o sentir o amor de Deus que pode transformar toda a existência e levar a salvação. E Zaqueu decide mudar de vida e dar a metade de seus bens aos pobres.

Na hora da paixão de Jesus, este amor se manifesta em toda sua força. Nos últimos momentos de sua vida terrena, na ceia com os seus amigos, Ele diz: “Como o pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor... Disse-vos essas coisas para que a minha alegria seja completa” (Jo 15,9.11). Jesus quer introduzir seus discípulos cada um de nós na alegria plena, aquela que Ele partilha com o Pai, porque o amor com o qual o Pai o ama esteja em nós (cfr. Jo 17,26). A alegria cristã é abrir-se a este amor de Deus e pertencer a Ele.

Narram os Evangelhos que Maria Madalena e outras mulheres foram visitar a tumba onde Jesus foi colocado depois de sua morte e receberam de um Anjo o anuncio incrível, aquele de sua ressurreição. Então deixaram rapidamente o sepulcro, escreve o evangelista, “com certo receio, mas ao mesmo tempo com alegria” correram para dar boa notícia aos discípulos. E Jesus veio ao encontro deles e disse: “Salve!” (Mt 28,8-9). É a alegria da salvação que é oferecida a eles: Cristo vive, é Aquele que venceu o mal, o pecado e a morte. Ele está presente em meio a nós como o Ressuscitado, até o fim do mundo (cfr Mt 28,20). O mal não deu a última palavra sobre a nossa vida, mas a fé em Cristo Salvador nos diz que o amor de Deus vence.

Esta alegria profunda é o fruto do Espírito Santo que nos torna filhos de Deus capazes de viver e de provar sua bondade, de voltar-nos a Ele com o termo “Abbà”, Pai (cfr Rm 8,15). A alegria é sinal de sua presença e de sua ação em nós.

3. Conservar no coração a alegria cristã

Neste ponto, nos perguntamos: como receber e conservar este dom da alegria profunda, da alegria espiritual?

Um Salmo nos diz: “Deleita-te também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração” (Sal 37,4). E Jesus explica que “o Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai vende tudo o que tem para comprar aquele campo” (Mt 13,44). Encontrar e conservar a alegria espiritual nasce do encontro com o Senhor, que pede para segui-Lo, para fazer a escolha decisiva de voltar tudo para Ele.

Queridos jovens, não tenhais medo de colocar à disposição toda a vossa vida, dando espaço para Jesus Cristo e seu Evangelho; é a estrada para haver a paz e a verdadeira felicidade no íntimo de nós mesmos, é a estrada para a verdadeira realização de nossa existência de filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança.

Busquem a alegria no Senhor: a alegria da fé, é reconhecer cada dia sua presença, sua amizade: “O Senhor está próximo!” (Fil 4,5); é colocar nossa confiança Nele, é crescer no conhecimento e no amor Dele. O ‘Ano da fé’, que daqui alguns meses iniciaremos, será para nós ajuda e estímulo. Queridos amigos, aprendam a ver como Deus age em suas vidas, descubram-O escondido no coração dos acontecimentos do seu cotidiano. Creiam que Ele é sempre fiel à aliança que fez convosco no dia do vosso batismo. Saibam que não vos abandonará jamais. Volteis sempre o olhar para Ele. Na Cruz, doou sua vida porque ama cada um de vocês. 

A contemplação de um amor assim grande leva aos nossos corações uma esperança e uma alegria que nada pode abater. Um cristão não pode ser jamais triste porque encontrou Cristo, que deu a vida por ele.

Buscar o Senhor, encontrá-lo na vida, significa também acolher sua Palavra, que é alegria para o coração. O profeta Jeremias escreve: “Vossa palavra constitui minha alegria e as delícias do meu coração” (Jer 15,16). Aprender a ler e meditar a Sagrada Escritura, ali encontra-se uma resposta às perguntas mais profundas de verdade que brotam em vossos corações e em vossas mentes. A palavra de Deus faz descobrir as maravilhas que Deus operou na história do homem e, pleno de alegria, abre-se ao louvor e à adoração: “Cantai ao Senhor... adoremos, de joelhos diante do Senhor que nos fez” (cfr Sal 95,1.6).

De modo particular, a Liturgia é um lugar por excelência no qual se exprime a alegria que a Igreja atinge do Senhor e transmite ao mundo. Cada domingo, na Eucaristia, a comunidade cristã celebra o Mistério central da salvação: a morte e ressurreição de Cristo. È este o momento fundamental para o caminho de cada discípulo do Senhor, no qual se rende presente o seu Sacrifício de amor; é a via na qual encontramos Cristo Ressuscitado, escutamos Sua Palavra, nos nutrimos de seu Corpo e Seu Sangue.

Um Salmo afirma: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” (Salmo 117, 24). E na noite de Páscoa, a Igreja canta o Exultet, expressão de alegria pela vitória de Jesus Cristo sobre o pecado e a morte: “Exulta o coro dos anjos... Alegra-se a terra inundada de tão grande esplendor... e este templo todo ecoa para as proclamações do povo em festa!”. A alegria cristã nasce da consciência de ser amado por um Deus que se fez homem, que deu Sua vida por nós e venceu o mal e a morte; e é viver de amor para ele. Santa Teresinha do Menino Jesus, jovem carmelita, escreveu: “Jesus, minha alegria é amar-te!” (P. 45, 21 de janeiro de 1897, Op. Compl., pág. 708).

4. A alegria do amor

Queridos amigos, a alegria é intimamente ligada ao amor: são dois frutos inseparáveis do Espírito Santo (cfr Gal 5,23). O amor produz alegria, e a alegria é uma forma de amor. A beata Madre Teresa de Calcutá, fazendo ecoar as palavras de Jesus: “É maior felicidade dar que receber!” (At 20,35), dizia: “A alegria é uma rede de amor para capturar almas. Deus ama quem dá com alegria. E quem dá com alegria dá mais”. E o Servo de Deus Paulo VI escreveu: “Em Deus mesmo tudo é alegria, pois tudo é dom” (Exort. ap. Gaudete in Domino, 9 de maio de 1975).

Pensando aos vários ambientes da vida de vocês, gostaria de dizer-lhes que amar significa constância, fidelidade, ter fé nos empenhos. E este, em primeiro lugar, nas amizades: os nossos amigos esperam que sejamos sinceros, leais, porque o verdadeiro amor é perseverante também e, sobretudo, nas dificuldades. E o mesmo vale para o trabalho, os estudos e as atividades que desempenham. A fidelidade e a perseverança no bem conduzem à alegria, mesmo que ela não seja sempre imediata.

Para entrar na alegria do amor, somos chamados também a ser generosos, a não nos contentarmos em dar o mínimo, mas a empenhar-nos a fundo na vida, com uma atenção especial para com os mais necessitados. O mundo necessita de homens e mulheres competentes e generosos, que se colocam a serviço do bem comum. Empenhem-se nos estudos com seriedade; compartilhem seus talentos e os coloquem desde já a serviço do próximo. Busquem a maneira de contribuir para uma sociedade mais justa e humana, onde vocês estiverem. Que toda sua vida seja guiada pelo espírito do serviço, e não pela busca do poder, do sucesso material e do dinheiro.

A propósito da generosidade, não posso não mencionar uma alegria especial: aquela que se encontra na resposta à vocação de dar toda a vida ao Senhor. Queridos jovens, não tenham medo do chamado de Cristo para a vida religiosa, monástica, missionária ou ao sacerdócio. Estejam certos que Ele enche de alegria aquele que, dedicando a vida nesta perspectiva, responde ao seu envio deixando tudo para permanecer com Ele e dedicar-se de coração inteiramente a serviço dos outros. Do mesmo modo, grande é alegria que Ele reserva ao homem e à mulher que se doa totalmente um ou outro em matrimônio para constituir uma família e tornar-se sinal do amor de Cristo por sua Igreja.

Quero destacar novamente um terceiro elemento para entrar na alegria do amor: fazer crescer em suas vidas e na vida de suas comunidades a comunhão fraterna. Existe uma estreita ligação entre a comunhão e a alegria. Não é por acaso que São Paulo escreve sua exortação no plural: não se dirige a cada um singularmente, mas afirma: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fil 4,4). Somente juntos, vivendo a comunhão fraterna, podemos experimentar esta alegria. O livro dos Atos dos Apóstolos descreve assim a primeira comunidade cristã: “Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e simplicidade de coração” (At 2,46).  Empenhem-se vocês também a fim que as comunidades cristãs possam ser lugares privilegiados de partilha, de atenção e de cuidado um com o outro.

5. A alegria da partilha

Queridos amigos, para viver a verdadeira alegria é preciso também identificar com atenção quem está longe. A cultura atual induz muitas vezes a buscar objetivos, realizações e prazeres imediatos, favorecendo mais o inconstante que a perseverança no cansaço e a fidelidade aos empenhos.

As mensagem que vocês recebem impulsionam-lhes a entrar na lógica do consumo, provendo uma felicidade artificial. A experiência ensina que ter não coincide com a alegria: existem tantas pessoas que, mesmo tendo tantos bem materiais em abundância, estão sempre assombradas pelo desespero, pela tristeza e sentem um vazio na vida. Para permanecer na alegria, somos chamados a viver no amor e na verdade, a viver em Deus.

E a vontade de Deus é que nós sejamos felizes. Por isso, nos foram dadas indicações concretas para o nosso caminho: os Mandamentos. Observando-os, nós encontramos a estrada da vida e da felicidade. Mesmo que à primeira vista possa parecer um conjunto de proibições, quase um obstáculo à liberdade, se os meditamos mais atentamente, à luz da Mensagem de Cristo, estes são um conjunto de essenciais e preciosas regras de vida que conduzem a uma existência feliz, realizada segundo o projeto de Deus.

Quantas vezes, ao contrário, constamos que construir a vida ignorando Deus e Sua vontade leva à desilusão, tristeza, sensação de derrota. A experiência do pecado, como a recusa a segui-Lo, como uma ofensa à sua amizade, traz sombra aos nossos corações.

Mas se às vezes o caminho cristão não é fácil e o empenho de fidelidade ao amor do Senhor encontra obstáculos ou registra quedas, Deus, em sua misericórdia, não nos abandona, mas nos oferece sempre a possibilidade de retornar a Ele, de nos reconciliarmos com Ele, de experimentarmos a alegria do Seu amor que perdoa e acolhe novamente. 

Queridos jovens, recorram sempre ao Sacramento da Penitência e da Reconciliação! Este é o Sacramento da alegria reencontrada. Peçam ao Espírito Santo a luz para saber reconhecer seus pecados e a capacidade de pedir perdão a Deus, recebendo este Sacramento com freqüência, serenidade e confiança. O Senhor abre sempre Seus braços a vocês, vos purificará e vos fará entrar em Sua alegria: Haverá alegria no céu mesmo que por um só pecador que se converte (cfr Lc 15,7).

6. A alegria nas provas

Por fim, porém, poderá permanecer em nosso coração a pergunta se realmente é possível viver na alegria mesmo em meio a tantas provas da vida, especialmente as mais dolorosas e misteriosas, se realmente seguir o Senhor, confiar-nos a Ele, temos sempre felicidade.

A resposta pode vir-nos de algumas experiências de jovens como vocês que encontraram justamente em Cristo a luz capaz de dar força e esperança, mesmo em meio às situações mais difíceis. O beato Pier Giorgio Frassati (1901-1925) experimentou tantas provas em sua breve existência, entre elas, uma relacionada à sua vida sentimental, que o feriu de maneira profunda. Justamente esta situação, escreve a sua irmã: “Você me pergunta se estou alegre; e como não poderia ser? A fé me dará sempre força para ser alegre! Todo católico não pode não ser alegre... A finalidade para a qual fomos criados nos mostra que o caminho está repleto de muitos espinhos, mas não um caminho triste: esse é a alegria mesmo em meio às dores” (Carta à irmã Luciana, Torino, 14 de fevereiro de 1925). E o beato João Paulo II, apresentando-o como modelo, dizia dele: “era um jovem de uma alegria contagiante, uma alegria que superava tantas dificuldades de sua vida” (Discurso aos jovens, Torino, 13 de abril de 1980).

Mais próxima a nós, a jovem Chiara Badano (1971-1990), recentemente beatificada, experimentou como a dor pode ser transfigurada pelo amor e ser misteriosamente habitada pela alegria. Aos 18 anos de idade, num momento em que o câncer a fazia particularmente sofrer, Chiara rezou para que o Espírito Santo intercedesse pelos jovens de seu Movimento [Movimento dos Focolares]. Antes de sua cura, pediu a Deus que iluminasse com Seu Espírito todos aqueles jovens, dando a eles a sabedoria e a luz: “Foi mesmo um momento de Deus: sofria muito fisicamente, mas a alma cantava” (Carta de Chiara Lubich, Sassello, 20 de dezembro de 1989). A chave de sua paz e sua alegria era a completa confiança no Senhor e a aceitação também de sua doença como misteriosa expressão de Sua vontade para o seu bem e de todos. Repetia sempre: “Se você quer, Jesus, eu também quero”.

São duas simples testemunham entre tantas que mostraram como o cristão autêntico não é nunca desesperado e triste, mesmo diante das provas mais duras e mostram que a alegria cristã não é uma fuga da realidade, mas uma força sobrenatural para enfrentar e viver as dificuldades cotidianas. Sabemos que Cristo crucificado e ressuscitado está conosco, é o amigo sempre fiel. Quando participamos de seus sofrimentos, participamos também de suas alegrias, Com Ele e Nele, o sofrimento é transformado em amor. E lá se encontra a alegria (cfr Col 1,24).

7. Testemunhas da alegria

Queridos amigos, para concluir, gostaria de exortar-lhes a serem missionários da alegria. Não se pode ser feliz se os outros não são: a alegria, portanto, deve ser compartilhada. Vão e contem aos outros jovens a alegria de vocês por terem encontrado aquele tesouro precioso que é o próprio Jesus. Não podemos guardar para nós a alegria da fé: para que esta possa permanecer conosco, devemos transmiti-la. São João afirma: “O que vimos e ouvimos, isso nós anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco... Estas coisas vos escrevemos, para que o vossa alegria seja plena. (1Jo 1,3-4).

Muitas vezes é descrita uma imagem do cristianismo como de uma proposta de vida que oprime a nossa liberdade, que vai contra nosso desejo de felicidade e de alegria. Mas esta não corresponde à verdade! Os cristãos são homens e mulheres realmente felizes porque sabem que nunca estão sozinhos, mas estão sempre apoiados pelas mãos de Deus! Cabem, sobretudo, a vocês, jovens discípulos de Cristo, mostrar ao mundo que a fé leva a uma felicidade e a uma alegria verdadeira, plena e duradoura. E se o modo de viver dos cristãos parece às vezes cansativo e chato, testemunhem vocês por primeiro a alegria e a felicidade da fé de vocês. O Evangelho é a boa nova que Deus nos ama e que cada um de nós é importante para Ele. Mostrem ao mundo que é mesmo assim!

Sejam, portanto, missionários entusiasmados pela nova evangelização! Levem àqueles que sofrem, àqueles que buscam, a alegria que Jesus quer doar. Levem-na para suas famílias, em suas escolas e universidades, nos lugares de trabalho e nos grupos de amigos, lá onde vivem. Vocês verão que essa é contagiosa. E receberam o cêntuplo: a alegria da salvação para vocês mesmos, a alegria de ver a Misericórdia de Deus operando nos corações.

No dia do seu encontro definitivo com o Senhor, ele poderá lhe dizer: “Servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu Senhor!” (Mt 25,21).

A Virgem Maria vos acompanha neste caminho. Ela acolheu o Senhor dentro de si e anunciou com um canto de louvor e de alegria, o Magnificat: “Minha alma glorifica o Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador” (Lc 1,46-47). Maria respondeu plenamente ao amor de Deus dedicando sua vida a Ele num serviço humilde e total. É chamada de “a causa da nossa alegria”, porque ela nos deu Jesus. Que Ela vos introduza nesta alegria que ninguém vos poderá tirar!


Roma, 2 de Abril de 2012

Bento XVI