A NOVA EVANGELIZAÇÃO

“Recomeçar do início” é o título da homilia que fez para a Casa Pontifícia o padre Raniero Cantalamessa na véspera do Natal.

Merece a nossa atenção a sua reflexão sobre a nova evangelização, assunto de grande atualidade no Vaticano, como atesta a recente criação do “Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização”.

Com efeito, o relativismo moderno, conseqüência do cientificismo, secularismo e racionalismo, exige uma nova onda de evangelização. O pregador do Papa falou de uma nova categoria de anunciadores depois dos bispos nos primeiros três séculos, os monges na segunda onda e os frades na terceira. Trata-se de uma nova categoria de protagonistas da evangelização: os leigos. Claro que não é uma substituição de uma categoria pela outra, mas a emergência radical de uma nova parcela do povo de Deus que se acrescenta a outra neste trabalho missionário no contexto de hoje.

Permanece assim mesmo a questão de: por onde começar esta ação missionária da nova evangelização?

Ao homem que perdeu o contato com a Igreja, temos que anunciar o kerygma como no início da evangelização: “Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação” (Rom 4,25 ; 1 Cor 15, 1-3) ou de modo ainda mais sintético : “Jesus é o Senhor” (At 2,36 ; Rom 10,9).

Para ilustrar esta afirmação, o pregador da casa pontifícia apresentou a imagem de um navio deixando um grande rastro, sendo a ponta o kerygma. Ele comenta que uma primeira expansão desta ponta ocorreu com o nascimento dos quatros evangelhos e do Novo Testamento, escritos para explicar aquele núcleo inicial, e depois o desenvolvimento progressivo do magistério na tradição viva da Igreja, com os seus ensinamentos, sua teologia, as suas instituições, as suas leis, as suas espiritualidades. Toda esta riqueza nos faz imaginar o rastro do navio na sua expansão máxima.

Por tanto, para reevangelizar o mundo secularizado, por onde começar? Com certeza, pela ponta. É necessário ajudar o homem a estabelecer uma relação com Jesus.

Por isso, todos os nossos encontros no Foyer tem por finalidade encontrar Jesus. O encontrar no silêncio do coração, na liturgia que é a fé celebrada e comunicada nos sacramentos, mas também no amor da família do Foyer que atesta a autenticidade desta fé, o encontrar ainda através da beleza e simplicidade do lugar, da riqueza da criação, assim como, na força da palavra kerygmática anunciada pelo sacerdote. De fato, o padre Cantalamessa comenta: “Não se aceita Jesus por causa da palavra da Igreja, mas se aceita a Igreja por causa da Palavra de Jesus."

Por isso, nossa palavra e nossa vida deve ser a de Jesus. Uma palavra nova que faz autoridade, que expulsa os demônios, devolve a liberdade aos homens oprimidos, abre os horizontes da nossa vida pela reconciliação e o amor.

“O que Deus nos pede a não ser amar?” comenta Marthe Robin. Jesus é o nosso Mestre e nos educa ao amor. Ele deu a sua vida para nós e a sua entrega permanece atual a cada instante para aquele que escuta a sua palavra e o acolhe nos seus sacramentos. Ele se torna nosso contemporâneo, pois sendo o ressuscitado da história, Ele vive no Espírito e na Igreja.

Na perspectiva da nova evangelização, o Santo Padre, o papa Bento XVI enfatizou a importância da família, tendo ela um papel essencial neste campo. “A nova evangelização é inseparável da família cristã”, disse ele.

No Foyer, é a família que evangeliza ;ela é também evangelizada pelos retirantes que ela tenta evangelizar, sendo o Espírito de Deus livre de agir de modo diverso e surpreendente pelo bem de todos, e do mundo inteiro. Com efeito, estamos aprendendo muito do modo de agir de Deus nos testemunhos dos retirantes no final dos retiros escutando a partilha de cada um e como Deus fez para tocar o seu coração e fazer às vezes prodígios estupendos.

Maria, estrela da nova evangelização continua a nos ensinar como nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”, sendo ela por vocação e missão, atenta mais do que ninguém, às necessidades dos irmãos do seu Filho. AVE MARIA, ESTRELA DA NOVA EVANGELIZAÇÃO, ROGAI POR NÓS!

Pe. Bernard de Villanfray